segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Principais obras

Texto escrito por André.

A Reforma Pereira Passos e a Classe Popular

O Rio de Janeiro da primeira década do século XX apresentava-se como uma capital de aparentes contradições. A reforma empreendida pelo prefeito, do então Distrito Federal, Francisco Pereira Passos, visava eliminar, sobretudo, as contradições do espaço urbano carioca. Era preciso a cidade assumir feições novas, de acordo com as determinações econômicas e ideológicas do momento. Com a economia brasileira crescendo rapidamente, tornava-se importante à agilidade das exportações, e a inserção cada vez maior do Brasil no modelo capitalista internacional. Era de urgência agilizar a circulação de mercadorias, que pendia devido às características do espaço colonial da cidade. Tendo, então, a cidade ser cortada em todos os sentidos, afetando lugares e a vida das pessoas. O Rio de Janeiro tinha que se tornar uma nova capital, espaço do moderno, da civilização, que simbolizasse realmente a importância do Brasil, e fosse expressão dos valores e modos de vida cosmopolita e moderna da elite do país. Dentro desse quadro havia uma tensão entre a civilização e o atraso. “Era preciso acabar com a noção de que o Rio era sinônimo de febre amarela e de condições anti-higiênicas; transformá-lo num verdadeiro símbolo do ‘novo Brasil” (Abreu, 1997). A  cidade  tinha a função de servir de exemplo para todo país. Tinha que estabelecer a sua vocação moderna, conforme as grandes capitais européias. 



Texto escrito por Vitor V. 

O Rio de Pereira Passos


Polêmica. Essa era uma das principais características da administração de Pereira Passos no Rio de Janeiro, entre 1902 e 1906. Não se pode negar que o prefeito deu novos rumos à cidade, nem que promoveu, de 
fato, um verdadeiro "bota-abaixo", tirando do caminho tudo aquilo que impedia a concretização de seus inovadores projetos. Seu maior desafio era organizar a urbanização, sanear e civilizar a capital da recente 
República. Inspirado na Belle Époque, em quatro anos de trabalho transformou o Rio numa cidade cosmopolita. 

Há cem anos, os cortiços deram lugar a um centro urbano moderno, com cara de capital. É verdade que o prefeito teve de enfrentar forte oposição, inclusive do Governo do Distrito Federal, para derrubar tantas construções, mas quase um milhão de habitantes viviam numa cidade sem transporte, sem escoamento de água, sem programas de saúde pública, sem segurança nas ruas.Sabemos que o prefeito não conseguiu  
eliminar nenhum destes problemas, mas deu o primeiro passo. A arquitetura e a estrutura urbanística de Paris foram a inspiração para as reformas. Entre as inúmeras obras realizadas nessa época estão a construção da Avenida Rio Branco, Beira Mar, Rodrigues Alves, Mem de Sá e de prédios que se impõem sobre nossos olhos, como a Biblioteca Nacional, o Teatro Municipal, além do Mourisco e do Palácio Monroe, 
que, infelizmente, não tiveram a mesma sorte e foram demolidos. 
A fim de conseguir reordenar e aumentar a extensão da malha de circulação viária, o prefeito abriu uma série de ruas e alargou muitas outras.Para isso, grande quantidade de casas, comerciais e residenciais, foram derrubadas. Lamenta-se ainda hoje as perdas de valor arquitetônico e histórico, e até sentimental, para o povo do Rio mas, se ruas não tivessem sido alargadas naquela época, teria sido muito mais difícil fazê-lo depois. Pereira Passos inspecionava  pessoalmente, e bem de perto, as obras da Avenida Beira Mar, que 
começou a ser aberta logo no início de seu governo e ia do centro da cidade até o Morro da Viúva. Para o prefeito, a abertura de avenidas litorâneas permitiria o acesso eficiente de uma extremidade a outra da 
cidade, um notável sistema que foi reforçado posteriormente pelos túneis.

Texto escrito por Raissa R
 




 
 




O Rio de Pereira Passos (part. 2)

Durante a realização do projeto fez-se necessário o desmonte do Morro
de Santo Antônio para a obtenção de terra suficiente para os aterros.
Construir a avenida sobre espaço roubado do mar já estava nos planos
do prefeito, a fim de permitir os alargamentos posteriores, margem
muito útil quando da construção do Aterro do Flamengo. O centro da
cidade foi o local que sofreu as maiores modificações. Para a passagem
da Avenida Mem de Sá, Pereira Passos mandou pôr abaixo todos os
prédios paralelos aos Arcos da Lapa, a fim de permitir a liberação do
tráfego que o prefeito visava construindo a avenida. Foi com mesma
essa finalidade que ocorreu o desmonte do Morro do Senado.
Também precisou ser extinto o Largo de São Domingos, para a abertura
da Avenida Passos, batismo que homenageia o prefeito. As melhorias
atraíram muitos comerciantes, mas não conseguiram extinguir a prática
do baixo meretrício na região da Praça Tiradentes, que perdura até
nossos dias. A antiga Rua da Vala, atual Uruguaiana, precisou ser
bastante alargada e aterrada durante a gestão Pereira Passos. Abrigava
as melhores lojas do início do século, mas meio lado da rua veio
abaixo durante as obras, concluídas em 1906. A área hoje pertence a um
corredor cultural e ainda é possível ver, em muitas fachadas, a
elegância neoclássica dos prédios comerciais.
A mudança mais evidente, e mais famosa no panorama do centro, surgiu
com a abertura do Boulevard Avenida Central, ou Rio Branco, que começa
na Praça Mauá e acaba na ligação com a Avenida Beira Mar. Foi
inaugurada em 1905, mas a maioria dos prédios, quando da inauguração,
possuíam somente as fachadas, que tinham de estar prontas junto com a
avenida. Nela, ergueram-se a Biblioteca Nacional e a escola Nacional
de Belas Artes, atual MNBA. Para a construção da escola o prefeito fez
um corte no Morro do Castelo, a fim de assegurar uma largura de 33
metros para a avenida. Muitos acharam que seria larga em excesso, mas
face aos estressantes engarrafamentos, consideramos hoje a largura da
rua insuficiente. No final da avenida existia o largo da Mãe do Bispo,
que deu lugar ao Teatro Municipal, que só ficou pronto em 1909. 

Texto escrito por Caio.

Aspectos sociais na gestão Pereira Passos

Apesar das melhorias sanitárias e urbanísticas, o plano de Pereira Passos implicou em alto custo social, com o início das formações de favelas na cidade.
A reforma promoveu uma grande valorização do solo na área central, ainda ocupada parcialmente pela população de baixa renda. Cerca de 1.600 velhos prédios residenciais foram demolidos. A partir destas demolições, a população pobre do centro da cidade se viu obrigada a morar com outras famílias, a pagar altos aluguéis ou a mudar-se para os subúrbios, uma vez que foram insuficientes as habitações populares construídas em substituição às demolidas.Parte considerável da imensa população atingida pela remodelação permanece na região e os morros situados no centro da cidade - Providência, Santo Antonio, entre outros - outrora pouco habitados, sofrem uma rápida ocupação habitacional proletária. Surgem as favelas, que marcariam a configuração da cidade até os dias de hoje.

Morro da Favela
(antigo nome da primeira favela do Rio de Janeiro, hoje, Morro da Providência)

A Favela da Providência é a mais antiga da cidade; sua povoação teve início entre o final do século XIX e começo do XX. Em 1897, o morro da Providência abrigou os soldados que voltaram da Guerra de Canudos, durante a qual ocuparam um morro chamado Favela, na Bahia. A partir da associação do nome "favela" com os soldados, o morro popularmente passou a ser conhecido como morro da Favela.
A ocupação deflagrou-se entre o final do século XIX e o início do XX, a partir da grande reforma urbana imposta pelo Pereira Passos, quando vários cortiços e habitações populares do centro foram devastados e a população pobre, transferida para os morros nas adjacências do centro.
No fim do ano de 1910, o morro da Favela era considerado o lugar mais violento do Rio de Janeiro.

Texto escrito por Amanda
Biografia
Nascido em 29 de agosto de 1836, em Piraí, Pereira Passos, foi um engenheiro e prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Foi criado em uma fazenda, no atual distrito de Rio Claro (São Paulo) e estudou na antiga Universidade do Brasil,  onde se formou em ciências físicas e matemáticas, ganhando o diploma de engenheiro civil. Estudou na França por 3 anos, e lá assistiu a reforma urbana de Paris. No tempo em que residiu em Paris, Passos decidiu que iria se dedicar a engenharia ferroviária e ao urbanismo. Fez inúmeras viagens a Europa para estudar os sistemas ferroviários locais e em 1874, foi nomeado engenheiro do ministério do império, cabendo a ele acompanhar todas as obras do governo imperial. Ele fez parte da comissão que apresentaria o plano de reforma urbana do Rio de Janeiro, incluindo o alargamento de ruas, construções de avenidas entre outras medidas urbanas e sanitárias.

Rio de Janeiro no século XX
No inicio do século, o Rio de Janeiro passava por graves problemas sociais devido ao seu grande e desordenado crescimento. Quando Pereira Passos assumiu a prefeitura, a cidade possuía quase 1 milhão de habitantes necessitados de transporte, abastecimento de água, rede de esgotos, programas de saúde e segurança. Então, Pereira Passos fez uma reforma urbana, período conhecido como “bota - abaixo”, que teve como foco o saneamento, urbanismo e o embelezamento da cidade, dando a ela aspectos modernos. Em 4 anos Passos transformou a cidade dos cortiços e das ruas estreitas. Aos poucos, foi moldando a cidade que hoje chamamos de maravilhosa. Para isso, foi preciso a demolição de casarões, construção e alargamentos de ruas que permitiram que os pontos modificados ficassem arejados e com melhor iluminação. Fora que, a arquitetura tornou-se de padrão superior. Embora tivessem sido feitas muitas melhorias, a reforma fez com que fossem criadas favelas, pelo fato de terem demolido a casa de milhares de famílias.

Texto escrito por Nicole