segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O Rio de Pereira Passos


Polêmica. Essa era uma das principais características da administração de Pereira Passos no Rio de Janeiro, entre 1902 e 1906. Não se pode negar que o prefeito deu novos rumos à cidade, nem que promoveu, de 
fato, um verdadeiro "bota-abaixo", tirando do caminho tudo aquilo que impedia a concretização de seus inovadores projetos. Seu maior desafio era organizar a urbanização, sanear e civilizar a capital da recente 
República. Inspirado na Belle Époque, em quatro anos de trabalho transformou o Rio numa cidade cosmopolita. 

Há cem anos, os cortiços deram lugar a um centro urbano moderno, com cara de capital. É verdade que o prefeito teve de enfrentar forte oposição, inclusive do Governo do Distrito Federal, para derrubar tantas construções, mas quase um milhão de habitantes viviam numa cidade sem transporte, sem escoamento de água, sem programas de saúde pública, sem segurança nas ruas.Sabemos que o prefeito não conseguiu  
eliminar nenhum destes problemas, mas deu o primeiro passo. A arquitetura e a estrutura urbanística de Paris foram a inspiração para as reformas. Entre as inúmeras obras realizadas nessa época estão a construção da Avenida Rio Branco, Beira Mar, Rodrigues Alves, Mem de Sá e de prédios que se impõem sobre nossos olhos, como a Biblioteca Nacional, o Teatro Municipal, além do Mourisco e do Palácio Monroe, 
que, infelizmente, não tiveram a mesma sorte e foram demolidos. 
A fim de conseguir reordenar e aumentar a extensão da malha de circulação viária, o prefeito abriu uma série de ruas e alargou muitas outras.Para isso, grande quantidade de casas, comerciais e residenciais, foram derrubadas. Lamenta-se ainda hoje as perdas de valor arquitetônico e histórico, e até sentimental, para o povo do Rio mas, se ruas não tivessem sido alargadas naquela época, teria sido muito mais difícil fazê-lo depois. Pereira Passos inspecionava  pessoalmente, e bem de perto, as obras da Avenida Beira Mar, que 
começou a ser aberta logo no início de seu governo e ia do centro da cidade até o Morro da Viúva. Para o prefeito, a abertura de avenidas litorâneas permitiria o acesso eficiente de uma extremidade a outra da 
cidade, um notável sistema que foi reforçado posteriormente pelos túneis.

Texto escrito por Raissa R
 




 
 



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